Deixou-se levar pelos pensamentos profundos, sorrindo, contra a corrente... Encontrou o sono tranquilo e sob o corpo desnudado, repousou o coração dorido.
A alma embargada pelas lágrimas ainda murmurou:
- Eu não pertenço aqui...
Num turbilhão de cores garridas, rodopiava à beira do abismo, olhando para o reflexo de outra... familiarmente desconhecida. Gritava a preto e branco o Vazio...
E num acto agitado levantou-se, caminhou até à janela estreita e gritou em desespero, com todas as forças do corpo apoiadas no velho parapeito da janela, que quase a mergulhavam no ar:
- Até a beleza das flores se torna insuportáaaaaaaaaaaaaaaaaaavel!!
Fez-se silêncio em todo o bairro.
Também o velho sino da Sé rendeu silêncio ao bater das seis e meia da tarde.
Quase imóvel, baixou a face desvaziada de qualquer expressão...
- Agora só resto eu... Vou procurar a Vida.
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