STRESS AND THE CITY - Living in a big City can be fantastic but also overwhelming. Since I moved to London, I've been living some of the most challenging moments of my Life. I'm bringing my experience of moving here alone, with nothing but the certainty of how much I wanted to stay and develop myself here. My posts will touch thoughts, personal and professional experiences, failure and success, new and old friends and how much all this is shaping the person I'm becoming.
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Wednesday, December 27, 2006
YASMIN
Monday, December 25, 2006
Monday, December 04, 2006
O Natal e a Eterna Criança...
A noite já tinha caído sobre a Cidade.
A diferença considerável entre as horas de Sol nos meses de Primavera/Verão, comparativamente com os meses de Outono/Inverno, torna a noite mais longa, e enquanto não se entra no novo "ritmo" horário tem-se a sensação de que é sempre mais tarde do que a hora que o relógio marca. Eram apenas 17:50...
Tinha acabado de estacionar no Centro, quando as luzes de Natal se acenderam, como que por magia e em jeito de "boas-vindas". Estava gelada. Tinha parado para almoçar com uns amigos em Coimbra, e acabei por me atrasar um pouco. Mas Tempo, é coisa que em Viseu não falta. Apesar de ser uma cidade muito desenvolvida, tudo é perto, e a hora de ponta é uma brincadeira de crianças, se compararmos com a confusão de Lisboa. Na realidade, queria sentir o pulsar da Cidade àquela hora e ver a iluminação de Natal...
Entrei na Pastelaria onde já me sinto em casa, mesmo quando passo quase um ano sem ir lá. Desde que a minha tia-avó Angela partiu (e já faz 2 anos, a 7 de Janeiro próximo), que me habituei a tomar o pequeno-almoço onde ela me levava sempre quando eu era pequena. Agora, já não fico na casa de pedra que deixou ao meu cuidado... Precisa de um grande restauro. Esta foi o motivo principal que me levou até lá, neste fim-de-semana prolongado.
Já acompanhada por um chá de Jasmim e meia torrada de sêmea, pensava nos detalhes que tinha para falar com o Arquitecto, que entretanto me tinha apresentado o projecto em Abril último. Queria analisar com ele, uma forma de não deixar que a casa de família onde nasceu o meu avô materno se transformasse em ruínas, uma vez que a minha situação profissional sofreu grandes alterações. A última coisa que queria era, mais tarde, ser forçada a vendê-la a algum casal Alemão ou Suiço, para que não caísse! Depois de algumas anotações no meu velhinho Moleskine violeta, entreguei-me ao prazer do chá quente e da sêmea caseira estaladiça e morna, amaciada pela manteiga suavemente derretida...
Sou "acordada" pelo som do telemóvel e salto da cadeira. Estava mesmo longe... Eram os meus primos. Devia ter-lhes ligado para avisar de que a viagem tinha corrido bem e que em breve iria ter com eles. Afinal, iria pernoitar durante todo o fim-de-semana em casa deles. Anteciparam-se. Mas sabe bem ouvir uma voz familiar do lado de lá, que nos transmite carinho e preocupação. Mas fiquei realmente absorta nos meus pensamentos... Falámos rapidamente, porque a confusão do lado de lá era muita. Três crianças, não é pêra-doce!
Pedi a conta, e despedi-me até Domingo, pois nesse dia já tinha o pequeno-almoço marcado com uma amiga. De outra forma, jamais conseguiria escapar à hospitalidade Beirã com que os meus primos me recebiam sempre, desde que deixei de ficar na casa de S. Salvador.
De facto, não me enganei... Houve Tempo para tudo. Vi as luzes de Natal, fotografei, passeei pelo Rossio, junto à Câmara Municipal, e já no carro, segui o meu caminho. Durante o curto trajecto entre o centro e a casa dos meus primos, regressei aos pensamentos que me invadiram durante o chá... O Natal nunca mais foi o mesmo, desde que a minha tia Angela tinha partido... Nunca. Por muitas luzes que brilhem nesta quadra, sinto sempre um vazio grande que nada nem ninguém consegue preencher.
Ela era a "imagem de marca" do Natal. A minha referência desta quadra. Ia sempre passar o Natal a Lisboa, e ficava em casa dos meus pais. Desde que me conheço que este ritual já fazia parte da quadra natalícia. Gostava muito dela e ela de mim. Ambas sabiamos disso, sem nunca o demonstrar da forma mais tradicional... Na verdade, eu passava a vida a inventar partidas, e ela caia sempre, porque era bastante distraída. Mas também porque ela acabava por se rir tanto das minhas brincadeiras, conversas, e imitações, que nem prestava atenção ao resto. E ria imenso! Mas eu gostava particularmente de destabilizar, e sabia qual o seu ponto fraco... Troçava de Viseu, apelindado a terra da minha costela materna de "fim-do-mundo"! A minha tia não podia com isso! Tudo, menos ridicularizar e menosprezar "uma Cidade em franco desenvolvimento"! E puxando do Jornal das Beiras, lá começava ela a discursar, lendo as notícias sobre novas estradas, ligações, construções a acontecer na região...
Enfim... era assim o Natal. Entre risos, confusão, amontoado de casacos de quem ia chegando, muito barulho à mesa, música festiva, os meus primos irrequietos (também eles pequenos), muitos tios, os avós maternos, e a magia do aguardar pela meia-noite, altura em que o Menino Jesus nos deixava os presentes na chaminé, se nos tivessemos portado bem durante o ano. Era uma verdadeira prova de bom comportamento!
"Ooops! É aqui!" Parei o carro. Era aquela a casa dos meus primos. Fui recebida entre beijos e abraços sentidos e longos... Sabe bem, principalmente, em determinadas alturas... E neste momento que vivo, aliado ao Natal, não há nada que me possa dar mais conforto do que este calor humano, desgarrado de "interesses", "objectivos", ou "cobranças"... Apesar de comer pouco e ser Ovo-lacto-Vegetariana, peço sempre para não fazerem cerimónia alguma, escusando preocuparem-se em preparar um prato diferente. Custou, mas felizmente já se habituaram a isso. Tudo me sabe bem, na companhia deles...
Dormi no quarto da Inês, a filha mais velha dos meus primos, que tem 8 anos. Tanto ela, como os irmãos - o Pedro, de 5, e o Miguel de 2 anos - se mostraram deveras preocupados pela "menina" dormir sozinha no quarto, e arranjavam todas as desculpas para prolongarem a noite dos pais, a fim de justificarem mais umas horas de risota com a prima de Lisboa. De facto, não há nada que trave a Criança que permanece em mim. E há momentos em que sou quase pior que todos eles. Talvez seja por isso que eles não me largam desde que chego até partir.
Nessa noite, no quarto da Inês, decorado com dois peluches macios, uma boneca de trapo lindíssima, velas nas tonalidas de rosa, violeta e verde, laços e outros objectos tão "de menina", percebi o quanto a "minha criança" está bem viva dentro de mim... e senti-me muito bem por isso.
Deitei-me, cansada mas muito feliz... Puxei o endredon beige pingado de margaridas às cores, apaguei a luz do candeeiro em formato de flôr, e esbocei um sorriso tranquilo, que me transportou docemente ao sono profundo dos justos.
Sob um pulsar lento de imagens que emergiam das profundezas do inconsciente, revi os momentos que passei com a minha tia, as partidas e as brincadeiras constantes, os espaços partilhados, a voz dela, e regressei... ao Natal da minha infância.
Lá estava ela. A minha Tia Ângela... No brilho das Luzes mais brilhantes que alguma vez vi. Com o calor destas, adormeci confortada.
Dormi com a tranquilidade de uma criança... Como a criança que não quero nunca deixar morrer em mim...
Wednesday, November 29, 2006
07:37 - SUBURB AZAMBUJA
É a cor que predomina. Ou a mancha que o verde-azeitona dos meus olhos vê em seu redor... no Céu, nas casas, no nebulina matinal, na estrada, no semblante de quem passa, nos carris da estação... em todas as direcções...
ORIENTE!
O local. O meu presente infinito. O meu ponto de partida.
Parto para mais um dia. Mais, ou... menos? Interrogo a Alma, num mumúrio silencioso e frio que se parece exprimir no "Grito" de Münch...
GRITO!
Baixinho... Queria gritar. Mas a cortina Cinzenta que me envolve, abafa o desespero latente. Já tudo se tornou num carimbo rotineiro que de tanto "sugar e estampar" tinta, secou e ensurdeceu o meu presente... em todas as direcções... A Norte, a Sul, a Este, e... a Oriente...
Sunday, November 05, 2006
My Sweet November...
Novembro, mês de Outono por excelência. O Tempo dos frutos secos, das compotas, das folhas douradas, do vento frio na cara, e dos dias de Sol, intercalados com dias de chuvas intensas... Tempo de mudança, de quebra, de renovação, de respirar fundo e encher os pulmões de Vida Renovada, para continuar. Em pleno. Cheios de Vida!
Hoje foi o quinto dia de Novembro...
Um dia bonito, com um Sol que teimou em aparecer, radiante e lindo, por entre muitas nuvens que o queriam esconder. Fez-me companhia durante toda a tarde... bem junto ao mar, e entre algumas nuvens brancas que pairavam.
Entre revistas, guias de viagem, música, e água fresca "still" misturada com outra, de sabor a framboesa e Gingseng, olhei o Mar vezes sem conta...
Estava tranquilo, com movimentos calmos, ondas curtas, e alternava de cores, entre o azul escuro, o cinza, azul-marinho, verde-esmeralda, ciano... como um admirável Camaleão.
Viajei... O som do quebrar das ondas do Mar, unido aos ritmos de Chill-Out que o DJ passava, transportaram-me para longe...
Recordei pessoas, lugares, cheiros, festas, momentos menos bons, vitórias, fracassos, medos... fragmentos de Vida que iam e vinham, embalados pelos ritmos subliminares que me enfeitiçaram a Alma.
Tal como ontem, fiquei até o Sol se deitar sobre o horizonte, e a Lua dar início à sua ronda nocturna, esta noctívaga luminosamente pálida, cálida, em plena fase Cheia, que me encanta...
Durante os segundos em que o Sol sucumbia ao Dia, na linha do horizonte bem junto ao lugar onde ao alcance do meu olhar termina o Mar, mas que a Alma sabe que há muito, muito mais, o DJ colocou um som com perfume intenso a Magnólia. Um momento mágico...
O Tempo parou, mas o Sol, continuou na sua rota, imparável, infinitamente magnífico...
O meu olhar congelou aqueles fragmentos de Tempo e Som para sempre. Para sempre...
O Mar ficou ainda mais tranquilo, sereno, e a cor mudou para um violeta-prateado vibrante...
Vi a noite cair. Aconchegou-me com o seu manto escuro e senti o brilho das primeiras Estrelas...
Reconfortada com tal doçura, regressei ao meu caminho. Cruzei-me com a minha Guia Noctívaga que, de tão Cheia de si e Luminosa, me guiou pelo caminho escuro até ao carro...
Novembro... Obrigada por estes momentos tão intensos, tão cheios de Vida e Luz, e muitas, muitas coisas bonitas à minha volta, que me tornam mais doce...
Doçura, no mês das Compotas... dos frutos secos... plenos de Vida, de Sabor e Sabedoria, tão regeneradores e revigorantes.
Meu Doce Novembro... Obrigada pela contemplação e pela Renovação...
Friday, October 27, 2006
Mar Adentro... en Busca de Vida.
Em particular, a uma flôr: a do Jasmim...
"Poema*
Mar adentro, mar adentro.
Y en la ingravidez del fondo
Donde se cumplen los sueños
Se juntan dos voluntades
Para cumplir un deseo.
Un beso enciende la vida
Con un relámpago y un trueno
Y en una metamorfosis
Mi cuerpo no es ya mi cuerpo,
Es como penetrar al centro del universo.
El abrazo más pueril
Y el más puro de los besos
Hasta vernos reducidos
En un único deseo.
Tu mirada y mi mirada
Como un eco repitiendo, sin palabras
"más adentro", "más adentro"
Hasta el más allá del todo
Por la sangre y por los huesos.
Pero me despierto siempre
Y siempre quiero estar muerto,
Para seguir con mi boca
Enredada en tus cabellos."
por: Ramón Sampedro ("Mar Adentro" Original Soundtrack Film)
Mais sobre o filme
Mais sobre a Banda Sonora
Thursday, October 19, 2006
A Desculpa, Não é Mais do Que um Remendo do Erro...
Dói muito, quando nos magoam. Mais do que quando nos arranhamos numa corrida de bicicleta, do que um escaldão de praia, ou até mesmo, quando nos cortamos sem querer, numa folha de papel.
Quando nos sentimos "amachucados" por dentro, as feridas são mais difíceis de curar...
No entanto, quando magoamos alguém, e sem ter qualquer intenção de o fazer... também nos magoamos. E muito.
Primeiro, porque não havia qualquer intenção de ferir. E depois, porque é alguém que nos diz alguma coisa, alguém sensível que está sempre disposto a ouvir-nos, nos bons e nos maus momentos.
Esta semana, uma sucessão de acontecimentos e algumas distracções, fizeram com que magoasse uma pessoa que não merece, de todo! Fui injusta, aérea, e tive muito pouco discernimento, no que respeita às minhas acções.
Este texto, é para o Manel.
O Manel é muito mais do que um simples "transístor" sensível e essencial ao iPod, entre muitos outros aparelhómetros... É mais sensivel do que qualquer transístor. Não dá Música... felizmente. Mas o Manel é frontal, sincero, e muito amigo.
Desculpa, Manel.
Sem querer ser eu a "dar música", não pude deixar de lembrar a letra de uma canção dos ColdPlay, da qual gosto muito...
FIX YOU
but you don't succeed
When you get what you want,
but not what you need
When you feel so tired,
but you can't sleep
Stuck in reverse
When the tears come streaming down your face
When you lose something you can't replace
When you love someone, but it goes to waste
Could it be worse?
Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you
High up above or down below
When you too in love to let it go
If you never try you'll never know
Just watch and learn
Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you
Tears stream down your face
When you lose something
you cannot replace
Tears stream down your face
And I...
Tears stream down your face
I promise you I will learn from my mistakes
Tears stream down your face
And I...
Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you
Wednesday, October 11, 2006
A Winter in London - Part I
Saiu de casa, ainda era noite.
O ar era frio, terrivelmente ventoso e agreste.Mas Kate, nem o frio sentia, de tão gelada a sua Alma que tristemente vagueava pela manhã ainda escura, de mais um dia de Inverno.
Por vezes, a Vida anda às voltas, como as folhas de Outono em dia de Ventania.
Há momentos que não se conseguem explicar...
E à medida que ia descendo degrau-a-degrau a escadaria longa do túnel do Metro, Kateesforçava-se por elevar a moral, tentando convencer-se de que tudo teria uma razão de ser.
Pela primeira vez na Vida, não sentia o Stress de chegar a horas a lado algum...
Olhava para o formigueiro de pessoas que àquela hora já circulava pelas ruas com ar de Almas penadas. Ela era mais uma, apenas, com uma diferença: aqueles rostos apagados de Vida, tinham para onde ir. Seguiam uma rotina qualquer, iam ao encontro de uma qualquer função que lhes permitia sobreviver na Grande Cidade.
A ela, restava-lhe observar a rotina alheia e sobreviver ao vazio da sua rotina.Fechou e abriu os olhos rapidamente, para tentar perceber se estaria ainda a dormir... Mas não!
O estrondo causado pelo abrir das portas da carruagem, trouxe-a de novo à sua realidade.Entrou, empurrada e apertada contra outros corpos inertes que se quedavam para onde calhasse, e deixou-se ir... embalada pelo correr da carruagem nos longos e velhos carris da Bakerloo Line.
Recorda-se de quando apanhava aquela linha para ir para a City. Sempre apressada, gostava daquele momento da manhã. Ao contrário da maioria dos seus “companheiros” de viagem, era raro acordar mal-disposta e o facto de adorar o seu trabalho fazia com que se sentisse bem consigo mesma.
Os colegas admiravam a sua energia e o ar bem-disposto e brincalhão, logo pela manhã, sem descuidar a postura profissional e atenta. E adoravam os pequenos mimos com que Kate muitas vezes os saudava. Um bolo fresquinho e chá com leite, para os técnicos do estúdio, fruta e flores para a sala que partilhava com outros colegas da redacção, enfim... pequenos gestos a que já se tinham habituado e tão característicos da simpatia que irradiava e que herdara da sua Mãe, uma médica Americana que, em trabalho, acabou por conhecer e se apaixonar por um jornalista Escocês. Uma mistura algo explosiva para qualquer Inglês, mas que Kate com muito savoir faire conseguia contornar.
Entre um livro ou uma revista, gostava por vezes de simplesmente observar pelo canto do olho as “personagens” ao seu redor, durante a viagem pela rede de Metro londrina.
Mas agora... nada capta a sua atenção. Sente a Alma baça, vazia, e distante.Mal podia acreditar. Com o olhar rígido e fixo no nada, sentia o calor das lágrimas que começavam a escorrer pela sua face meia sardenta.
Dez anos da sua Vida... Dez anos... Dez anos reduzidos a uma assinatura “cordial”, somada a uma carta de estima e recomendação pelo seu trabalho e competência exemplares, para lhes subtrair o peso na consciência. Meras contas de somar e sub(trair) expectativas, sonhos, e uma aposta de Vida.Absorvida pelos seus pensamentos e por uma certa amargura, Kate saiu na última estação.
Subiu pelas escadas rolantes até à superfície...Lá fora, a mesma agitação do trânsito, das pessoas, e o ar agreste e frio que parecia puxar-lhe todas as lágrimas ainda contidas nos seus grandes olhos verdes.
Pela primeira vez na Vida, não sabia onde estava... e muito menos para onde a levava a Ventania de Inverno.O choro de uma criança levou o seu olhar até à montra da BlackWells, onde a capa de um livro sobressaiu de imediato - SPRING, de Emily-Jane and Hills Orford.
Um amigo já lhe tinha falado naquele livro. Era sobre as Quatro Estações, de Vivaldi. E cada uma das Estações do Ano retratava uma história.Kate entrou na livraria, e procurou o livro. Ao ler o prefácio deste, percebeu que a história se centrava numa talentosa Violinista e num segredo que existia dentro do seu Vilolino que apenas ela e a sua Mãe conheciam.
Mas, não sabendo bem como, o segredo foi descoberto. E o livro conta o seu percurso de vida, a forma como sobreviveu e cresceu com o que de bom e mau a vida lhe trouxe, onde cada estágio da vida é representado por uma Estação do Ano.
Transportando a sua vida para esta história, Kate sentiu que talvez estivesse a atravessar o seu próprio Inverno. Tinha de acreditar que a seguir, haveria sempre uma Primavera...Comprou o livro, e saiu.Na rua, as últimas folhas das árvores caiam com o Vento gelado que se mantinha. Kate apanhou uma folha linda, em tons de castanho-acobreado e guardou-a junto das primeiras páginas do seu livro...
Wednesday, October 04, 2006
Dias Assim... E Dias Assim-Assim.
Dias em que tudo se move em câmara lenta... como se pudessemos congelar o tempo, enquanto nos abstraimos da realidade e penetramos nos nossos pensamentos mais profundos... para o melhor e para o pior.
Há dias em que somos Tudo.
O Vento revolta-nos o cabelo e sentimos que podemos voar! A luz do Sol na face acende-nos o coração e desperta-nos para novas sensações. O frio que nos faz tremer o queixo, conduz-nos à busca de um aconchego e a saboreá-lo da melhor forma. Os cheiros dos sitios por onde vamos passando, mais ou menos agradáveis, são o perfume do momento, e remetem-nos para mil e uma paragens...
São dias em que olhamos para as coisas de uma maneira diferente... mais contemplativa, pura e apaixonada, de uma forma mais serena... como se quisessemos guardar na nossa memória aquele momento, aquela imagem para sempre... Porque nos faz feliz.
Dias em que a nossa essência transborda e se eleva através dos músculos, dos ossos, da pele, e irradia o que de melhor há em nós. E assim, apetece-nos dar mais aos outros... aos colegas, aos amigos, aos familiares, e até aos estranhos que por nós passam.
Há também os dias em que nos sentimos... Nada.
Não há nada lá fora... porque não nos sentimos por dentro.
Assim, o Vento assobia-nos ao ouvido, mas nem sequer o escutamos. O Sol brilha e acompanha-nos no caminho, mas apenas sabemos que é dia, porque há uma luz banal, sem brilho, que nos empurra para mais um dia de rotina pura... O Frio, arrepia-nos a espinha, e faz brotar lágrimas dos olhos, encolhendo-nos ainda mais no nosso Mundo, endurecendo o coração gélido. Os Cheiros, são indiferentes... simplesmente passamos por eles, e nem nos apercebemos o que os distingue...
São dias assim-assim. Dias em que não olhamos, não conseguimos nem queremos ver nada nem ninguém. Viajamos numa nebulina espessa impossível de se atravessar, bloqueando a entrada do Mundo à nossa volta...
E ali ficamos... Isolados... Distantes! Do bom e do mau.
Dias em que sofremos porque fomos magoados. E sangramos... Dias em que achamos que nunca mais nos entregamos a ninguém, porque o Egoísmo é sempre mais forte, e acaba por nos trespassar a Alma e derramar lágrimas de dor...
Há dias... Assim. E dias Assim-Assim...
Wednesday, September 13, 2006
Há Verde no Chiado...
Há Verde no Chiado...
Hoje, quando saí da Revista e desci a rua que vai do Largo até perto da Bénard, já não havia Sol. Os dias estão mais curtos.
E hoje, além de curto, foi também um dia Cinzento, como há muito não se via.
Senti o cheiro das primeiras gotas de chuva, que caia assertiva e fina sobre o alcatrão quente da Cidade.
Já tinha saudades deste cheiro... É das melhores coisas que se pode sentir nesta Vida.
Guardarei para sempre nos meus "registos sensoriais" este aroma, entre muitos outros items de uma Colecção de Vida. Da minha Vida.
Olhei para as montras e já se vêm... outras colecções. As de Outono e Inverno. Roupas escuras, tons quentes, e tecidos grossos com cair pesado e Invernoso.
Com este final de dia, e já com um casaco de malha vestido, senti vontade de fazer umas compras, mas... desisti. I was not really in the mood for Shopping... Preferi continuar o meu caminho com o iPod e simplesmente contemplar... sentir esta mudança de tempo, este "Gap Atmosférico" que altera até o nosso modo de Vida.
No fundo, é uma espécie de... Adolescência Atmosférica, não?...
Constatei que na próxima semana, mais concretamente no Sábado, dia 23 às 04:03 "sharp", entramos no Equinócio de Outono.
É assim, o Tempo... imparável, incontornável, fugidío.
O final de uma estação e o começo de outra.
É o recomeço das rotinas de "formiguinha", mas se possível, acompanhadas dos prazeres das alegres "Cigarras"...
Para mim, é o recomeço de tudo.
Recomeçar no Outono. No cair da folha, do cheiro a terra quente molhada, do vento fresco e irrequieto que nos acaricia o cabelo e o despenteia alegremente, como se nos estivesse a provocar.
Recomeço no Chiado. Na rua onde um dia Nasci, onde muito aprendi, e onde sou feliz, porque é um lugar mágico, único e imperdível.
Gosto dos recomeços, gosto das "Adolescências Atmosférias"... Porque são as que transformam, revolucionam, e nos levam a novas fases, novos modos de Vida... umas vezes com Sol e Calor... outras vezes com Chuva e Frio.
Na "Adolescência Atmosférica" há sempre Esperança. Esperança no que de novo vem aí. Esperança nos novos caminhos com que nos deparamos. Esperança em nós e nos outros.
Sabemos que as folhas tinham de cair para voltar a nascer, e por isso, a Esperança nunca morre. É eternamente Verde. Verde, como a alma do Chiado. Verde como a relva que cresce com as chuvas. Verde como as águas translúcidas do Mar. E fresca, como a brisa que vai... volta... e nos faz rodopiar.
Fecho os olhos, respiro fundo, e rumo em direcção ao Rio...
Friday, June 09, 2006
One Friday Lovely Night...
It's friday night. I's a beautiful evening. And I couldn't pass it by without writing a few words. Simply ones.
I'm at home with some kind of "virous". It's the new buzzword in every hospital you go! Wow! So... perhaps because I've worked for years in tech companies, I feel more confortable explaining the syntoms in a technical way! So, I guess the Virus entered through my "system" and I reached to 39,5 celcius degrees! Gosh! I was really scared! I've never had fever like this before, not even during my childhood!!
The best of all was that I was not assisted by a computer engineer or by a technical service (I'm over the warranty, anyway! ;) )
The best of this was that I got the best assistance I ever had from Doctors in an emergency service of the Hospital.
So, today I's my third day at home... taking loads of drugs to get better,
Anyway, a great friend of mine showed up to see how I was and it was so nice to feel someone cares about... I even started to feel better!
We drank Jasmin Tea and talked for a while. He left and I sat at my window... looked around, saw the quiet river, the bright lights in the evening, 've smelled the perfume of some trees from the garden opposite my house and realise that... these are the real little and sweetest fragments of life.
Something bad can bring us many good things and also can awake us from our stressed routine to stop our body and soul, to make us to listen, to see, to think simple, and to enjoy what we have... and we will find out... it's a lot.
Look around you and Feel the greatness of your life every single day. No matter what...
Take care...
Yasmin
Monday, May 01, 2006
O Caldo Cósmico...
Tenho as cartas todas na mão... como tudo isto faz sentido! Mas... e agora??... São cartas de todos os "naipes" da Vida, e o Trunfo acontece, não se estabelece no início do jogo, como aqueles que jogava com amigos, nas longas tardes de Verão...
Neste jogo, não há regras estabelecidas. Não há um regulamento. Cada "cartada", resulta numa boa ou má jogada... É assim, um jogo de Sorte e Azar, onde uma vezes somos vencedores, outras vezes vencidos. Onde os jogadores são muitos, e por vezes não sabemos distinguir quem é nosso parceiro e quem não o é.
E agora? Tenho as cartas todas na mão... que faço com elas?...
Num jogo sem regras, onde o Mundo é o Tabuleiro complexo onde as peças se movimentam, e em que todos somos jogadores, percebi que o melhor é mesmo ir jogando, sem pensar se vencemos ou se somos vencidos.
Em vez disso, simplesmente aprender e tirar o máximo partido da possibilidade que nos foi dada de participar nesta "jogatina", e ir rodando de "casa-em-casa", pensando que, comprar a "Av. da Liberdade" ou um "Petroleiro" até pode ser sensacional, e que podemos estar perto. Mas se não acontecer... divertimo-nos imenso só por tentar, e demos o nosso melhor.
Deixemo-nos de planos complexos e rigorosos. Porque por muitos planos que se faça, acabamos por sair noutro apeadeiro. E muitas vezes, só mais tarde descobrimos que nos fascinou ainda mais do que aquele que estava inicialmente previsto no nosso plano-mental.
Há que despertar e libertar a mente, estar atento às pequenas coisas que nos acontecem no dia-a-dia, pois se estivermos realmente atentos, saberemos, mais cedo ou mais tarde, qual é afinal a altura de jogar cada uma das cartas que dispomos, no seio deste jogo Universal no qual nos encaixamos - o Caldo Cósmico...
Sunday, March 12, 2006
Bocas...
Há também as Bocas de incêncio... para apagar o fogo... do Amor, do Beijo, ou do que quer que tenha de se apagar...
Temos um Boca-a-Boca e "mandamos" Bocas... e alguma são foleiras! Depois, entramos na Boca do Metro, que nos engole num ambiente submerso, inundado por olhares vazios e almas tristes... e quando damos por nós, saímos na Boca do Inferno...
Andamos na Boca do Mundo, quando alguém põe a Boca no Trombone! Felizmente, somos salvos pela respiração Boca-a-Boca, e... de Boca-em-Boca, espalhamos o Bem e o Mal...
Há também os que vêm com um 31 de Boca... sem saber que pela Boca morre o Peixe...
Pela Boca o Amor, nasce... o Peixe, morre...
A Boca pode ser Tudo ou Nada. Use bem... a Boca. Seja ela... qual fôr...
Saturday, February 25, 2006
O Tempo...
Dei comigo a reflectir sobre o Tempo... não sei se pela chuva que fazia do lado de lá da janela salpicada do meu quarto, ou se pela trovoada sentida ao acordar do lado de cá da minha janela, onde o meu olhar - a janela da Alma - se salpicava de lágrimas salgadas e quentes.
O Tempo... o Tempo que passou, o que passa, e o que aí espreita. O turbilhão do passar da Vida, numa visão relâmpago em jeito de flashback, onde me revejo desde a Infância até ao dia de hoje.
Muito Tempo vivido. Muito Tempo perdido. Muitas metamorfoses, muitos desejos esquecidos, alguns sonhos vividos, mas... e o Tempo? Porque me perco no Tempo? Porque me encontro num momento e no outro regresso à encruzilhada onde me pergunto pelo Tempo dos Amigos, pelo Tempo do Amor, pelo Tempo dos passeios na praia, pelo Tempo das viagens desejadas, da Alma descansada, e por todo este Tempo continuamente "Destemperado"?
Não encontro resposta no reflexo da água que me reflecte no alagado de chuva do Tempo que faz... Mas acredito que o Sol regressa sempre depois de muitas Luas de chuva e escuridão... regressa, depois do Tempo de Solidão...
Espero ter razão, mas... preciso viver mais com o Coração.
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