Eu sabia que não devia ter fumado aquela cigarrilha. Foi no dia 7 de Março no casamento da minha irmã. A culpa foi do álcool que acabou por pensar por mim.
A verdade é que sou um adicto da nicotina por mais que me custe aceitar. O tabaco é uma droga e para mim funciona como uma droga. Há que assumir e dizer as coisas com frontalidade. Basta-me dar uma passa e estou novamente agarrado. O processo até começar a fumar novamente com regularidade pode até durar meses a acontecer, mas uma vez experimentado está aberto ao cérebro o precedente para continuar.
Nos dias que se seguiram ao casamento não mais fumei. Umas semanas depois fui jantar a casa de uma amiga que me perguntou se eu ainda fumava. Estava-lhe a apetecer um cigarro e não tinha. Disse-lhe que não fumava há alguns anos mas que se houvesse uma cigarrilha marchava. Ela lembrou-se que tinha um charuto algures guardado de um casamento em que fora. Terminámos a noite a rodar o Monte Cristo por mais de uma hora enquanto recordávamos o nosso passado e partilhávamos as ideias para o nosso futuro.
Depois vieram mais alguns jantares em casa de outra amiga. Essa sabia que era fumadora e para não ficar atrás fui preparado. Levei uma caixa de cigarrilhas para mim. As que sobraram ainda duraram uma semana. Primeiro eram só para depois do jantar, depois já só eram para depois das refeições e uns dias mais tarde também já havia espaço para elas para depois da queca.
Depois veio o concerto dos Milion Dollar Lips. Tinha-me esquecido de comprar cigarrilhas e ainda por cima podia-se fumar lá dentro. Cravei alguns cigarros e no dia seguinte já tinha comprado um maço de Marlboro.
Fui confrontado diversas vezes pelo meu filho que me dizia: “tás viciado outra vez pai!” e eu limitava-me a dizer que não, que estava tudo controlado. Há alguma coisa mais triste que ver um filho a reprimir-nos e sabermos que ele têm razão?
Foi aí que parei e pensei na merda que estava a fazer e no que a minha vida se estava a tornar. Afinal de contas, como um toxicodependente começara de mansinho nas cigarrilhas e preparava-me agora para as doses diárias dos cigarros.
Perdi o sentido de humor. Cheiro mal. O cheiro nauseabundo entranha-se na minha roupa, nos meus cabelos e nos meus poros. Já não tenho a resistência da semana passada e começam-me a aparecer os primeiros sinais de catarro. Com tudo isto chegou também a frustração e o sentimento de culpa. Eis a miséria humana espelhada no meu Ser. Como eu me odeio!
Porém, quando tudo parece estar perdido aparece sempre alguém para nos dar a mão. É neste momento que acreditamos nas coincidências. Sem saber de nada ontem uma amiga minha convidou-me para ir com ela tirar um curso de mergulho.
Nem é tarde nem é cedo. Para purificar a alma e o corpo não deve haver nada melhor que submergir no fundo do mar com uma botija de oxigénio e dislumbrar cardumes de peixes que ingenuamente desconhecem os malefícios do tabaco. Aceitei.
Preciso de voltar à vida que tinha antes da Páscoa. Afinal de contas sou um tipo que corre 5 km todos os dias, fiz a mini-maratona em 46 minutos e jogo ténis todos os sábados. Já para não falar do ski, dos patins em linha, da bicicleta e de outras actividades que tenho vindo a praticar.
Com o fim da Páscoa tudo vai voltar ao normal e tal como Cristo vou ressuscitar para a vida após uma ausência de um mês.
No fim deste texto vou fumar o último cigarro e preparar-me para a ressaca que aí vêm.
A verdade é que sou um adicto da nicotina por mais que me custe aceitar. O tabaco é uma droga e para mim funciona como uma droga. Há que assumir e dizer as coisas com frontalidade. Basta-me dar uma passa e estou novamente agarrado. O processo até começar a fumar novamente com regularidade pode até durar meses a acontecer, mas uma vez experimentado está aberto ao cérebro o precedente para continuar.
Nos dias que se seguiram ao casamento não mais fumei. Umas semanas depois fui jantar a casa de uma amiga que me perguntou se eu ainda fumava. Estava-lhe a apetecer um cigarro e não tinha. Disse-lhe que não fumava há alguns anos mas que se houvesse uma cigarrilha marchava. Ela lembrou-se que tinha um charuto algures guardado de um casamento em que fora. Terminámos a noite a rodar o Monte Cristo por mais de uma hora enquanto recordávamos o nosso passado e partilhávamos as ideias para o nosso futuro.
Depois vieram mais alguns jantares em casa de outra amiga. Essa sabia que era fumadora e para não ficar atrás fui preparado. Levei uma caixa de cigarrilhas para mim. As que sobraram ainda duraram uma semana. Primeiro eram só para depois do jantar, depois já só eram para depois das refeições e uns dias mais tarde também já havia espaço para elas para depois da queca.
Depois veio o concerto dos Milion Dollar Lips. Tinha-me esquecido de comprar cigarrilhas e ainda por cima podia-se fumar lá dentro. Cravei alguns cigarros e no dia seguinte já tinha comprado um maço de Marlboro.
Fui confrontado diversas vezes pelo meu filho que me dizia: “tás viciado outra vez pai!” e eu limitava-me a dizer que não, que estava tudo controlado. Há alguma coisa mais triste que ver um filho a reprimir-nos e sabermos que ele têm razão?
Foi aí que parei e pensei na merda que estava a fazer e no que a minha vida se estava a tornar. Afinal de contas, como um toxicodependente começara de mansinho nas cigarrilhas e preparava-me agora para as doses diárias dos cigarros.
Perdi o sentido de humor. Cheiro mal. O cheiro nauseabundo entranha-se na minha roupa, nos meus cabelos e nos meus poros. Já não tenho a resistência da semana passada e começam-me a aparecer os primeiros sinais de catarro. Com tudo isto chegou também a frustração e o sentimento de culpa. Eis a miséria humana espelhada no meu Ser. Como eu me odeio!
Porém, quando tudo parece estar perdido aparece sempre alguém para nos dar a mão. É neste momento que acreditamos nas coincidências. Sem saber de nada ontem uma amiga minha convidou-me para ir com ela tirar um curso de mergulho.
Nem é tarde nem é cedo. Para purificar a alma e o corpo não deve haver nada melhor que submergir no fundo do mar com uma botija de oxigénio e dislumbrar cardumes de peixes que ingenuamente desconhecem os malefícios do tabaco. Aceitei.
Preciso de voltar à vida que tinha antes da Páscoa. Afinal de contas sou um tipo que corre 5 km todos os dias, fiz a mini-maratona em 46 minutos e jogo ténis todos os sábados. Já para não falar do ski, dos patins em linha, da bicicleta e de outras actividades que tenho vindo a praticar.
Com o fim da Páscoa tudo vai voltar ao normal e tal como Cristo vou ressuscitar para a vida após uma ausência de um mês.
No fim deste texto vou fumar o último cigarro e preparar-me para a ressaca que aí vêm.
3 comments:
Peter,
Boa sorte! ;)
A isso chama-se, "mergulhar de cabeça" na mudança... É o que a Páscoa tb significa para os Judeus, e algumas celebrações indicam aos Budistas.
Nunca é tarde para mudar. E se resultar, podemos sempre tentar outra vez.
Não é maravilhoso? É quase como reencarnar várias vezes ao longo da nossa vida na Terra. ;)
Bjos
yasmin
Ola!!!
Cardume de Peixes????
Ou é um conjunto de peixes ou um cardume!!!!
Beijos
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