Karl Marx, "Uma Contribuição à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel" (1844)
É impressão minha ou está tudo doido com a eleição de Obama? Para quê tanta histeria colectiva?
Eu não sou contra o Obama. Sou contra a Obama-mania.
A TV e a Internet mostram a família Obama como se de uma família real se tratasse. Foram bisbilhotar o passado e a família. Entrevistaram o seu barbeiro, os antigos colegas da escola e as pessoas na rua. Na tomada de posse vimos os vestidos, os piropos à mulher, os bailes e as poses informais e na realidade ainda não fez nada.
Concordo que os seus discursos sejam brilhantes e motivadores. Simpatizo com ele e se demonstrar ser um grande politico e tiver sucesso até sou capaz de comprar uma estatueta dele e por em cima da televisão, mas, para já, deveríamos julgar Obama pelo que ele faz e não pelo que queremos que ele faça.
A maioria das pessoas nem sabe quais são as suas propostas governativas. Aqui em Portugal então nem sabem a diferença entre Democratas e Republicanos. Apenas sabem que o Bush é republicano e que por isso é mau e de boca em boca e de café em café vai se espalhando a convicção.
Obama tem grandes qualidades e isso é inegável, mas é óbvio que para se criar o mito Obama foi necessário ele ser negro. Mas o mais curioso é que isso é o que menos determina as suas capacidades governativas. Não será a cor da pele que vai fazer dele mais ou menos competente e por isso irrita-me profundamente a ideia de que Obama personifica a salvação.
Este tipo de solução baseada numa mudança e renovação radical geralmente funciona em pessoas que se encontram perdidas no mundo e desmotivadas com a vida. Foi assim no Brasil com Lula (o operário do nordeste defensor dos pobres), com Morales na Bolivia (o índio agricultor defensor das minorias) e Chaves, Fidel, Eva Perón e por aí fora.
Esta história da eleição de Barack Obama faz me lembrar a história da nossa senhora Fátima. Eu não acredito em Fátima. Pelo menos que ela tenha aparecido em cima de uma arvore aos pastorinhos e que tenha dito uns segredos. Mas a verdade é que se criou um mito e que isso alimentou uma crença que até hoje é seguida.
Mas se só três pessoas viram a santa como se justifica que tanta gente acredite? Simplesmente porque a santa não é julgada pelo que fez mas pelo que as pessoas querem que ela faça. Tal e qual como Barack Obama.
Obama também ganhou as eleições porque soube tirar partido das redes sociais da internet. Obama abriu um precedente e as campanhas eleitorais nunca mais vão ser as mesmas. Ao atingir as massas de forma eficaz, Obama mostrou que o marketing social é uma realidade e por isso questiono-me até onde é isto vai parar.
Quando inicio este post citando Marx é porque vejo nas suas palavras a explicação para isto tudo. Mais do que condenar a religião, Marx na realidade está a criticar toda uma sociedade condenada à lassidão.
A religião e os mitos criados pelas massas “funcionam no sentido de pacificar os oprimidos; e a opressão é definitivamente um erro moral. A religião reflecte o que falta na sociedade; é uma idealização das aspirações do povo que não podem ser satisfeitas de imediato”.
O ópio do povo alivia a dor, mas ao mesmo tempo, torna os homens indolentes, nublando a sua percepção da realidade e tirando-lhes a vontade de mudar.
Vamos com calma. Comedidos e com cautela. Obama pode ter boas intenções mas está a ser fabricado um produto à imagem e semelhança dos que o fabricam: os americanos.
Barack Obama é, para já, apenas um homem que ganhou as eleições.
O vídeo que se segue foi visto no You Tube mais de 16 milhões de vezes. Puro fanatismo ou curiosidade dos tempos modernos?
Eu não sou contra o Obama. Sou contra a Obama-mania.
A TV e a Internet mostram a família Obama como se de uma família real se tratasse. Foram bisbilhotar o passado e a família. Entrevistaram o seu barbeiro, os antigos colegas da escola e as pessoas na rua. Na tomada de posse vimos os vestidos, os piropos à mulher, os bailes e as poses informais e na realidade ainda não fez nada.
Concordo que os seus discursos sejam brilhantes e motivadores. Simpatizo com ele e se demonstrar ser um grande politico e tiver sucesso até sou capaz de comprar uma estatueta dele e por em cima da televisão, mas, para já, deveríamos julgar Obama pelo que ele faz e não pelo que queremos que ele faça.
A maioria das pessoas nem sabe quais são as suas propostas governativas. Aqui em Portugal então nem sabem a diferença entre Democratas e Republicanos. Apenas sabem que o Bush é republicano e que por isso é mau e de boca em boca e de café em café vai se espalhando a convicção.
Obama tem grandes qualidades e isso é inegável, mas é óbvio que para se criar o mito Obama foi necessário ele ser negro. Mas o mais curioso é que isso é o que menos determina as suas capacidades governativas. Não será a cor da pele que vai fazer dele mais ou menos competente e por isso irrita-me profundamente a ideia de que Obama personifica a salvação.
Este tipo de solução baseada numa mudança e renovação radical geralmente funciona em pessoas que se encontram perdidas no mundo e desmotivadas com a vida. Foi assim no Brasil com Lula (o operário do nordeste defensor dos pobres), com Morales na Bolivia (o índio agricultor defensor das minorias) e Chaves, Fidel, Eva Perón e por aí fora.
Esta história da eleição de Barack Obama faz me lembrar a história da nossa senhora Fátima. Eu não acredito em Fátima. Pelo menos que ela tenha aparecido em cima de uma arvore aos pastorinhos e que tenha dito uns segredos. Mas a verdade é que se criou um mito e que isso alimentou uma crença que até hoje é seguida.
Mas se só três pessoas viram a santa como se justifica que tanta gente acredite? Simplesmente porque a santa não é julgada pelo que fez mas pelo que as pessoas querem que ela faça. Tal e qual como Barack Obama.
Obama também ganhou as eleições porque soube tirar partido das redes sociais da internet. Obama abriu um precedente e as campanhas eleitorais nunca mais vão ser as mesmas. Ao atingir as massas de forma eficaz, Obama mostrou que o marketing social é uma realidade e por isso questiono-me até onde é isto vai parar.
Quando inicio este post citando Marx é porque vejo nas suas palavras a explicação para isto tudo. Mais do que condenar a religião, Marx na realidade está a criticar toda uma sociedade condenada à lassidão.
A religião e os mitos criados pelas massas “funcionam no sentido de pacificar os oprimidos; e a opressão é definitivamente um erro moral. A religião reflecte o que falta na sociedade; é uma idealização das aspirações do povo que não podem ser satisfeitas de imediato”.
O ópio do povo alivia a dor, mas ao mesmo tempo, torna os homens indolentes, nublando a sua percepção da realidade e tirando-lhes a vontade de mudar.
Vamos com calma. Comedidos e com cautela. Obama pode ter boas intenções mas está a ser fabricado um produto à imagem e semelhança dos que o fabricam: os americanos.
Barack Obama é, para já, apenas um homem que ganhou as eleições.
O vídeo que se segue foi visto no You Tube mais de 16 milhões de vezes. Puro fanatismo ou curiosidade dos tempos modernos?
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