Now that shes back in the atmosphere
With drops of jupiter in her hair, hey, hey
She acts like summer and walks like rain
Reminds me that theres time to change, hey, hey
Since the return from her stay on the moon
She listens like spring and she talks like june, hey, hey
Tell me did you sail across the sun
Did you make it to the milky way to see the lights all faded
And that heaven is overrated
Tell me, did you fall for a shooting star
One without a permanent scar
And did you miss me while you were looking at yourself out there
Now that shes back from that soul vacation
Tracing her way through the constellation, hey, hey
She checks out mozart while she does tae-bo
Reminds me that theres time to grow, hey, hey
Now that shes back in the atmosphere
Im afraid that she might think of me as plain ol jane
Told a story about a man who is too afraid to fly so he never did land
Tell me did the wind sweep you off your feet
Did you finally get the chance to dance along the light of day
And head back to the milky way
And tell me, did venus blow your mind
Was it everything you wanted to find
And did you miss me while you were looking for yourself out there
Can you imagine no love, pride, deep-fried chicken
Your best friend always sticking up for you even when I know youre wrong
Can you imagine no first dance, freeze dried romance five-hour phone
Conversation
The best soy latte that you ever had . . . and me
Tell me did the wind sweep you off your feet
Did you finally get the chance to dance along the light of day
And head back toward the milky way
STRESS AND THE CITY - Living in a big City can be fantastic but also overwhelming. Since I moved to London, I've been living some of the most challenging moments of my Life. I'm bringing my experience of moving here alone, with nothing but the certainty of how much I wanted to stay and develop myself here. My posts will touch thoughts, personal and professional experiences, failure and success, new and old friends and how much all this is shaping the person I'm becoming.
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Monday, February 16, 2009
Did You Really Miss Me...?
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stress,
stress and the city,
sweet,
YASMIN
Friday, February 13, 2009
Filho és, pai serás.
Ora deixa cá ver… a reflexão de hoje remete-nos para… 1… 9… 8 6.
Sim é isso! Foi na altura do Duarte & Companhia. Os meus pais já estavam divorciados e por isso o meu pai ia-me buscar aos fins-de-semana de quinze em quinze dias a casa da minha mãe, no seu Opel Kadett. Eu tinha, portanto 13 anos.
Nessa altura já respirava música. As aparelhagens não tinham CDs, mas já havia quem tivesse dessas.
Como tal, a rádio era um bem essencial e a capacidade de gravar músicas para cassetes era uma funcionalidade obrigatória nas aparelhagens de qualquer jovem. Era isso e ter um Spectrum 48K.
A rádio Cidade, pela mão dos brasileiros, dava cartas e inovava. Lembro-me que tinham um programa todas as Sextas-feiras chamado “Cidade Live Concert”. Devia começar à meia-noite e prolongava-se pela madrugada. O programa tinha a particularidade de passar um álbum ao vivo sem interrupções pelo meio. Essas noites eram verdadeiras vigílias. Era necessário desvelo para virar a cassete o mais depressa possível quando chegava ao fim para continuar a gravar do outro lado. Mesmo assim já sabia que uma música ficaria sempre sacrificada.
A importância dessa rádio era tal que não só anunciavam a existência desses álbuns, como os disponibilizavam para gravarmos sem publicidade pelo meio. A maioria desses álbuns nem sequer existia à venda em Portugal. E se existissem nós também não tínhamos dinheiro para os comprar.
Lembro-me perfeitamente de três concertos que gravei: John Lennon – Live in New York city (1986), Simone – Canecão ao Vivo 1979 e Bruce Spingteen & the E Street Band – Live 1975 – 1985. Este último correspondia a uma caixa muito cobiçada que continha 5 vinis lá dentro e custava um dinheirão. Todas as Sextas-feiras passavam um álbum até fazer o total dos cinco discos.
O meu pai nunca foi de procurar novos sons. Em casa e no carro ouvia sempre a música da sua geração e sabia quase todas de cor. Quando eu entrava no Opel Kadett do meu pai o percurso era feito ao som da Rádio Nostalgia. Na altura passava música dos anos 50 e 60 e para mim não era um problema. Comecei por me interessar e às tantas já sabia muito mais que qualquer outro miúdo de 13 anos.
Quando começava uma música na rádio, em jeito de concurso perguntava-me logo se eu sabia quem é que cantava ou qual o nome da música. Tinha que identificar logo nos primeiros acordes, senão dava ele a resposta.
O meu pai usava uns Ray Ban modelo Aviator e costumava cantar por cima das músicas enquanto conduzia. Devia ter perto dos quarenta anos.
Ora deixa cá ver… hoje estamos em 2009 e sou o Alexandre. O filho do Pai e o neto do Avô.
Não dá nada de jeito na televisão. O CSI ainda se vê bem.
Os meus pais já estão divorciados e por isso estou metade da semana com a minha mãe e a outra metade com o meu pai. O meu pai tem um Renault Clio e eu vou fazer 9 anos.
Respiro música, jogos, vídeos e tudo o que se mexa num ecrã. A internet é a base de tudo pois tudo o que referenciei antes pode se encontrado lá. Não preciso de ficar acordado. Se entrar no dia seguinte continua tudo lá na mesma. Não me lembro o que tive primeiro: se foi Leitor de Mp3, PSP, Play Station 2 ou PC. O importante é que tenho isso tudo.
No carro ouvimos várias rádios, mas destaque para a M80. Música dos anos 70, 80 e 90. O meu pai sabe tudo de cor. E volta e meia pergunta-me se eu sei quem está a cantar. O meu pai até é de procurar novos sons, mas coitado: as bandas surgem de uma forma tão rápida que quando se vai inteirar já a banda não existe.
O meu pai usa uns óculos tipo aviador e costuma cantar por cima das músicas enquanto bate no volante e no manípulo das mudanças. Deve estar a passar dos 35 anos.
Às vezes olha-me nos olhos e diz-me: “Filho és, pai serás.”
My Geneneration
Antes: The Who
Agora: Oasis
Depois: The Zimmers
Sim é isso! Foi na altura do Duarte & Companhia. Os meus pais já estavam divorciados e por isso o meu pai ia-me buscar aos fins-de-semana de quinze em quinze dias a casa da minha mãe, no seu Opel Kadett. Eu tinha, portanto 13 anos.
Nessa altura já respirava música. As aparelhagens não tinham CDs, mas já havia quem tivesse dessas.
Como tal, a rádio era um bem essencial e a capacidade de gravar músicas para cassetes era uma funcionalidade obrigatória nas aparelhagens de qualquer jovem. Era isso e ter um Spectrum 48K.
A rádio Cidade, pela mão dos brasileiros, dava cartas e inovava. Lembro-me que tinham um programa todas as Sextas-feiras chamado “Cidade Live Concert”. Devia começar à meia-noite e prolongava-se pela madrugada. O programa tinha a particularidade de passar um álbum ao vivo sem interrupções pelo meio. Essas noites eram verdadeiras vigílias. Era necessário desvelo para virar a cassete o mais depressa possível quando chegava ao fim para continuar a gravar do outro lado. Mesmo assim já sabia que uma música ficaria sempre sacrificada.
A importância dessa rádio era tal que não só anunciavam a existência desses álbuns, como os disponibilizavam para gravarmos sem publicidade pelo meio. A maioria desses álbuns nem sequer existia à venda em Portugal. E se existissem nós também não tínhamos dinheiro para os comprar.
Lembro-me perfeitamente de três concertos que gravei: John Lennon – Live in New York city (1986), Simone – Canecão ao Vivo 1979 e Bruce Spingteen & the E Street Band – Live 1975 – 1985. Este último correspondia a uma caixa muito cobiçada que continha 5 vinis lá dentro e custava um dinheirão. Todas as Sextas-feiras passavam um álbum até fazer o total dos cinco discos.
O meu pai nunca foi de procurar novos sons. Em casa e no carro ouvia sempre a música da sua geração e sabia quase todas de cor. Quando eu entrava no Opel Kadett do meu pai o percurso era feito ao som da Rádio Nostalgia. Na altura passava música dos anos 50 e 60 e para mim não era um problema. Comecei por me interessar e às tantas já sabia muito mais que qualquer outro miúdo de 13 anos.
Quando começava uma música na rádio, em jeito de concurso perguntava-me logo se eu sabia quem é que cantava ou qual o nome da música. Tinha que identificar logo nos primeiros acordes, senão dava ele a resposta.
O meu pai usava uns Ray Ban modelo Aviator e costumava cantar por cima das músicas enquanto conduzia. Devia ter perto dos quarenta anos.
Ora deixa cá ver… hoje estamos em 2009 e sou o Alexandre. O filho do Pai e o neto do Avô.
Não dá nada de jeito na televisão. O CSI ainda se vê bem.
Os meus pais já estão divorciados e por isso estou metade da semana com a minha mãe e a outra metade com o meu pai. O meu pai tem um Renault Clio e eu vou fazer 9 anos.
Respiro música, jogos, vídeos e tudo o que se mexa num ecrã. A internet é a base de tudo pois tudo o que referenciei antes pode se encontrado lá. Não preciso de ficar acordado. Se entrar no dia seguinte continua tudo lá na mesma. Não me lembro o que tive primeiro: se foi Leitor de Mp3, PSP, Play Station 2 ou PC. O importante é que tenho isso tudo.
No carro ouvimos várias rádios, mas destaque para a M80. Música dos anos 70, 80 e 90. O meu pai sabe tudo de cor. E volta e meia pergunta-me se eu sei quem está a cantar. O meu pai até é de procurar novos sons, mas coitado: as bandas surgem de uma forma tão rápida que quando se vai inteirar já a banda não existe.
O meu pai usa uns óculos tipo aviador e costuma cantar por cima das músicas enquanto bate no volante e no manípulo das mudanças. Deve estar a passar dos 35 anos.
Às vezes olha-me nos olhos e diz-me: “Filho és, pai serás.”
My Geneneration
Antes: The Who
Agora: Oasis
Depois: The Zimmers
Wednesday, February 11, 2009
Uma novela do outro mundo
Já percebi porque perdi o interesse pelas telenovelas. Ao contrário do que possam pensar, não foi pela fraca qualidade dos actores nem pelos enredos medíocres, mas sim por causa dos cenários e dos adereços.
Estou farto de telenovelas passadas em grandes cidades que mostram apartamentos muito bem decorados e gente muito elegante com roupas muito caras. Por outro lado, também já não posso com aquelas que são passadas no sertão ou numa herdade do Alentejo, com paisagens de perder de vista e pores-do-sol fotográficos em que os actores fingem ter sotaque e vestem roupas campestres.
Ultimamente inventaram umas que são passadas (vejam só ao ponto que isto chegou) no estrangeiro. Os actores aparecem descalços vestidos de hindus e com as caras pintadas. Como espectador exijo uma reviravolta na parte cénica.
Sugiro então uma novela do outro mundo. Os mesmos actores, as mesmas personagens, as mesmas intrigas, os mesmos romances e os mesmos desfechos mas gravados no espaço. Quer dizer não é bem no espaço. Seria gravada na terra mas a fingir que era passada dentro de uma estação espacial. Ou seja, a acção era passada no futuro (talvez no ano 2631) e já não havia planeta Terra. Havia uma gigantesca estação espacial que albergava toda a humanidade.
E isto por quê? Por causa da questão dos adereços. O pessoal está farto de ver os actores com os pés no chão. Acho que era muito melhor inovar e meter os actores a flutuar e a dar cambalhotas no ar juntamente com o resto dos adereços. Com a tecnologia que há hoje é possível. Basta erguer essa gente com uns cabos amarrados à cintura que depois o computador encarrega-se de tirar de lá o cabo.
Não sei se perceberam a subtileza da coisa. O objectivo não é fazer uma serie de ficção cientifica e andar tudo aos tiros com pistolas laser. Era só mesmo mudar os cenários e a movimentação dos actores. Ah, e as roupas claro!
Mantinham-se os mesmos estatutos e desigualdades sociais (porque isso há-de sempre haver), mantínhamos os mesmos conflitos de interesses (dentro de uma estação espacial do tamanho da terra com certeza que dá pano para mangas) e preservávamos os diálogos porque, se formos ver bem, nem são maus. Claro que teríamos que fazer uns ajustes mas o teor seria o mesmo.
A novela podia-se chamar: “Podia acabar o mundo (que nós vamos para o espaço) ” e o par de actores podia ser o Paulo Pires e a Diana Chaves.
Vamos ver um exemplo:
Entra o Paulo Pires a flutuar de barriga para cima dá uma cambalhota para traz e fica em pé a flutuar de frente para a Diana Chaves e diz:
- Amor viste os meus colantes azuis-escuros?
- Já te disse que não quero conversas contigo. O que tu fizeste comigo não se faz.
- Mas amor… Já te expliquei que a Rita é um robô. Está programada para servir à mesa.
- Não me interessa. Não quero saber. Deixaste-me lá fora 10 minutos a flutuar à tua espera.
… e com duas braçadas de bruços flutua lentamente em direcção à porta a chorar.
Paulo Pires não a deixa sair e puxa-lhe o ombro para trás. Logo esse pequeno puxão transforma-se num grande empurrão devido à ausência de gravidade.
- Tu agrediste-me!
- Não amor! Não te esqueças que estamos no espaço. Não há gravidade!
- Ah pois. Tens razão. Desculpa. Estou confusa. - E começa a chorar.
Perceberam como se faz senhores produtores de novelas? Vamos lá a pensar nisto e meter mãos à obra.
Estou farto de telenovelas passadas em grandes cidades que mostram apartamentos muito bem decorados e gente muito elegante com roupas muito caras. Por outro lado, também já não posso com aquelas que são passadas no sertão ou numa herdade do Alentejo, com paisagens de perder de vista e pores-do-sol fotográficos em que os actores fingem ter sotaque e vestem roupas campestres.
Ultimamente inventaram umas que são passadas (vejam só ao ponto que isto chegou) no estrangeiro. Os actores aparecem descalços vestidos de hindus e com as caras pintadas. Como espectador exijo uma reviravolta na parte cénica.
Sugiro então uma novela do outro mundo. Os mesmos actores, as mesmas personagens, as mesmas intrigas, os mesmos romances e os mesmos desfechos mas gravados no espaço. Quer dizer não é bem no espaço. Seria gravada na terra mas a fingir que era passada dentro de uma estação espacial. Ou seja, a acção era passada no futuro (talvez no ano 2631) e já não havia planeta Terra. Havia uma gigantesca estação espacial que albergava toda a humanidade.
E isto por quê? Por causa da questão dos adereços. O pessoal está farto de ver os actores com os pés no chão. Acho que era muito melhor inovar e meter os actores a flutuar e a dar cambalhotas no ar juntamente com o resto dos adereços. Com a tecnologia que há hoje é possível. Basta erguer essa gente com uns cabos amarrados à cintura que depois o computador encarrega-se de tirar de lá o cabo.
Não sei se perceberam a subtileza da coisa. O objectivo não é fazer uma serie de ficção cientifica e andar tudo aos tiros com pistolas laser. Era só mesmo mudar os cenários e a movimentação dos actores. Ah, e as roupas claro!
Mantinham-se os mesmos estatutos e desigualdades sociais (porque isso há-de sempre haver), mantínhamos os mesmos conflitos de interesses (dentro de uma estação espacial do tamanho da terra com certeza que dá pano para mangas) e preservávamos os diálogos porque, se formos ver bem, nem são maus. Claro que teríamos que fazer uns ajustes mas o teor seria o mesmo.
A novela podia-se chamar: “Podia acabar o mundo (que nós vamos para o espaço) ” e o par de actores podia ser o Paulo Pires e a Diana Chaves.
Vamos ver um exemplo:
Entra o Paulo Pires a flutuar de barriga para cima dá uma cambalhota para traz e fica em pé a flutuar de frente para a Diana Chaves e diz:
- Amor viste os meus colantes azuis-escuros?
- Já te disse que não quero conversas contigo. O que tu fizeste comigo não se faz.
- Mas amor… Já te expliquei que a Rita é um robô. Está programada para servir à mesa.
- Não me interessa. Não quero saber. Deixaste-me lá fora 10 minutos a flutuar à tua espera.
… e com duas braçadas de bruços flutua lentamente em direcção à porta a chorar.
Paulo Pires não a deixa sair e puxa-lhe o ombro para trás. Logo esse pequeno puxão transforma-se num grande empurrão devido à ausência de gravidade.
- Tu agrediste-me!
- Não amor! Não te esqueças que estamos no espaço. Não há gravidade!
- Ah pois. Tens razão. Desculpa. Estou confusa. - E começa a chorar.
Perceberam como se faz senhores produtores de novelas? Vamos lá a pensar nisto e meter mãos à obra.
Saturday, February 07, 2009
Obama Superstar
“O sofrimento religioso é, a um único e mesmo tempo, a expressão do sofrimento real e um protesto contra o sofrimento real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração e a alma de condições desalmadas. É o ópio do povo.”
Karl Marx, "Uma Contribuição à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel" (1844)
É impressão minha ou está tudo doido com a eleição de Obama? Para quê tanta histeria colectiva?
Eu não sou contra o Obama. Sou contra a Obama-mania.
A TV e a Internet mostram a família Obama como se de uma família real se tratasse. Foram bisbilhotar o passado e a família. Entrevistaram o seu barbeiro, os antigos colegas da escola e as pessoas na rua. Na tomada de posse vimos os vestidos, os piropos à mulher, os bailes e as poses informais e na realidade ainda não fez nada.
Concordo que os seus discursos sejam brilhantes e motivadores. Simpatizo com ele e se demonstrar ser um grande politico e tiver sucesso até sou capaz de comprar uma estatueta dele e por em cima da televisão, mas, para já, deveríamos julgar Obama pelo que ele faz e não pelo que queremos que ele faça.
A maioria das pessoas nem sabe quais são as suas propostas governativas. Aqui em Portugal então nem sabem a diferença entre Democratas e Republicanos. Apenas sabem que o Bush é republicano e que por isso é mau e de boca em boca e de café em café vai se espalhando a convicção.
Obama tem grandes qualidades e isso é inegável, mas é óbvio que para se criar o mito Obama foi necessário ele ser negro. Mas o mais curioso é que isso é o que menos determina as suas capacidades governativas. Não será a cor da pele que vai fazer dele mais ou menos competente e por isso irrita-me profundamente a ideia de que Obama personifica a salvação.
Este tipo de solução baseada numa mudança e renovação radical geralmente funciona em pessoas que se encontram perdidas no mundo e desmotivadas com a vida. Foi assim no Brasil com Lula (o operário do nordeste defensor dos pobres), com Morales na Bolivia (o índio agricultor defensor das minorias) e Chaves, Fidel, Eva Perón e por aí fora.
Esta história da eleição de Barack Obama faz me lembrar a história da nossa senhora Fátima. Eu não acredito em Fátima. Pelo menos que ela tenha aparecido em cima de uma arvore aos pastorinhos e que tenha dito uns segredos. Mas a verdade é que se criou um mito e que isso alimentou uma crença que até hoje é seguida.
Mas se só três pessoas viram a santa como se justifica que tanta gente acredite? Simplesmente porque a santa não é julgada pelo que fez mas pelo que as pessoas querem que ela faça. Tal e qual como Barack Obama.
Obama também ganhou as eleições porque soube tirar partido das redes sociais da internet. Obama abriu um precedente e as campanhas eleitorais nunca mais vão ser as mesmas. Ao atingir as massas de forma eficaz, Obama mostrou que o marketing social é uma realidade e por isso questiono-me até onde é isto vai parar.
Quando inicio este post citando Marx é porque vejo nas suas palavras a explicação para isto tudo. Mais do que condenar a religião, Marx na realidade está a criticar toda uma sociedade condenada à lassidão.
A religião e os mitos criados pelas massas “funcionam no sentido de pacificar os oprimidos; e a opressão é definitivamente um erro moral. A religião reflecte o que falta na sociedade; é uma idealização das aspirações do povo que não podem ser satisfeitas de imediato”.
O ópio do povo alivia a dor, mas ao mesmo tempo, torna os homens indolentes, nublando a sua percepção da realidade e tirando-lhes a vontade de mudar.
Vamos com calma. Comedidos e com cautela. Obama pode ter boas intenções mas está a ser fabricado um produto à imagem e semelhança dos que o fabricam: os americanos.
Barack Obama é, para já, apenas um homem que ganhou as eleições.
O vídeo que se segue foi visto no You Tube mais de 16 milhões de vezes. Puro fanatismo ou curiosidade dos tempos modernos?
Eu não sou contra o Obama. Sou contra a Obama-mania.
A TV e a Internet mostram a família Obama como se de uma família real se tratasse. Foram bisbilhotar o passado e a família. Entrevistaram o seu barbeiro, os antigos colegas da escola e as pessoas na rua. Na tomada de posse vimos os vestidos, os piropos à mulher, os bailes e as poses informais e na realidade ainda não fez nada.
Concordo que os seus discursos sejam brilhantes e motivadores. Simpatizo com ele e se demonstrar ser um grande politico e tiver sucesso até sou capaz de comprar uma estatueta dele e por em cima da televisão, mas, para já, deveríamos julgar Obama pelo que ele faz e não pelo que queremos que ele faça.
A maioria das pessoas nem sabe quais são as suas propostas governativas. Aqui em Portugal então nem sabem a diferença entre Democratas e Republicanos. Apenas sabem que o Bush é republicano e que por isso é mau e de boca em boca e de café em café vai se espalhando a convicção.
Obama tem grandes qualidades e isso é inegável, mas é óbvio que para se criar o mito Obama foi necessário ele ser negro. Mas o mais curioso é que isso é o que menos determina as suas capacidades governativas. Não será a cor da pele que vai fazer dele mais ou menos competente e por isso irrita-me profundamente a ideia de que Obama personifica a salvação.
Este tipo de solução baseada numa mudança e renovação radical geralmente funciona em pessoas que se encontram perdidas no mundo e desmotivadas com a vida. Foi assim no Brasil com Lula (o operário do nordeste defensor dos pobres), com Morales na Bolivia (o índio agricultor defensor das minorias) e Chaves, Fidel, Eva Perón e por aí fora.
Esta história da eleição de Barack Obama faz me lembrar a história da nossa senhora Fátima. Eu não acredito em Fátima. Pelo menos que ela tenha aparecido em cima de uma arvore aos pastorinhos e que tenha dito uns segredos. Mas a verdade é que se criou um mito e que isso alimentou uma crença que até hoje é seguida.
Mas se só três pessoas viram a santa como se justifica que tanta gente acredite? Simplesmente porque a santa não é julgada pelo que fez mas pelo que as pessoas querem que ela faça. Tal e qual como Barack Obama.
Obama também ganhou as eleições porque soube tirar partido das redes sociais da internet. Obama abriu um precedente e as campanhas eleitorais nunca mais vão ser as mesmas. Ao atingir as massas de forma eficaz, Obama mostrou que o marketing social é uma realidade e por isso questiono-me até onde é isto vai parar.
Quando inicio este post citando Marx é porque vejo nas suas palavras a explicação para isto tudo. Mais do que condenar a religião, Marx na realidade está a criticar toda uma sociedade condenada à lassidão.
A religião e os mitos criados pelas massas “funcionam no sentido de pacificar os oprimidos; e a opressão é definitivamente um erro moral. A religião reflecte o que falta na sociedade; é uma idealização das aspirações do povo que não podem ser satisfeitas de imediato”.
O ópio do povo alivia a dor, mas ao mesmo tempo, torna os homens indolentes, nublando a sua percepção da realidade e tirando-lhes a vontade de mudar.
Vamos com calma. Comedidos e com cautela. Obama pode ter boas intenções mas está a ser fabricado um produto à imagem e semelhança dos que o fabricam: os americanos.
Barack Obama é, para já, apenas um homem que ganhou as eleições.
O vídeo que se segue foi visto no You Tube mais de 16 milhões de vezes. Puro fanatismo ou curiosidade dos tempos modernos?
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Monday, February 02, 2009
O regresso do rock dançante
Soberbo. Nem foi preciso ouvir muito. O novo álbum dos Franz Ferdinand já me conquistou.
“Tonight” não é igual aos outros álbuns. Não é melhor nem é pior. É diferente.
O álbum tem o andamento próprio do Disco dos anos 70 apesar de as composições serem rock. O resultado é genial, ficando algures entre um rock que é dançável ou uma dança que é rockavel. Assim, a banda pisca o olho às discotecas e traz uma nova atitude ao rock.
Musicalmente as linhas rítmicas são diferentes. O baixo é funkeado e a bateria por vezes Disco. As guitarras continuam a suar como de costume embora menos frenéticas o que, juntamente com as vozes, são fundamentais para não descaracterizarem a banda. O uso de sintetizadores em alguns temas não é por acaso e demonstra bem onde o grupo quer chegar.
“Tonight” é um álbum dançável. O tempo ronda as 105 batidas por minuto aproximando-se assim das pistas de dança, ao contrário do álbum anterior que fluía energicamente a 150 batidas por minuto.
Herdeiros do punk rock dos anos 80 os Franz Ferdinand aproximam-se agora mais do britpop, fazendo-nos lembrar (em parte devido aos coros e falsetes de voz) a bandas com os Blur.
As influências de algum glam rock continuam. A lírica e a atitude da banda são um bom exemplo disso, conferindo ao álbum um cariz descontraído, licencioso e impudico.
A actuação da banda no Super Bock Super Rock na edição de 2006 foi sublime. Talvez o melhor concerto que vi nos últimos tempos. A digressão do “Tonight” arranca agora na Europa mas não está prevista a passagem da banda pela nossa aldeia. Talvez num desses festivais de verão…
“Tonight” é aquele álbum que apetece ouvir nu numa sala com mais 30 pessoas nuas sem saber como tudo vai terminar.
C’mon let’s get high!
“Tonight” não é igual aos outros álbuns. Não é melhor nem é pior. É diferente.
O álbum tem o andamento próprio do Disco dos anos 70 apesar de as composições serem rock. O resultado é genial, ficando algures entre um rock que é dançável ou uma dança que é rockavel. Assim, a banda pisca o olho às discotecas e traz uma nova atitude ao rock.
Musicalmente as linhas rítmicas são diferentes. O baixo é funkeado e a bateria por vezes Disco. As guitarras continuam a suar como de costume embora menos frenéticas o que, juntamente com as vozes, são fundamentais para não descaracterizarem a banda. O uso de sintetizadores em alguns temas não é por acaso e demonstra bem onde o grupo quer chegar.
“Tonight” é um álbum dançável. O tempo ronda as 105 batidas por minuto aproximando-se assim das pistas de dança, ao contrário do álbum anterior que fluía energicamente a 150 batidas por minuto.
Herdeiros do punk rock dos anos 80 os Franz Ferdinand aproximam-se agora mais do britpop, fazendo-nos lembrar (em parte devido aos coros e falsetes de voz) a bandas com os Blur.
As influências de algum glam rock continuam. A lírica e a atitude da banda são um bom exemplo disso, conferindo ao álbum um cariz descontraído, licencioso e impudico.
A actuação da banda no Super Bock Super Rock na edição de 2006 foi sublime. Talvez o melhor concerto que vi nos últimos tempos. A digressão do “Tonight” arranca agora na Europa mas não está prevista a passagem da banda pela nossa aldeia. Talvez num desses festivais de verão…
“Tonight” é aquele álbum que apetece ouvir nu numa sala com mais 30 pessoas nuas sem saber como tudo vai terminar.
C’mon let’s get high!
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