Começo Comigo... Termino com Pessoa...
Eu Sou Pessoa, e Sinto...
E É-me Difícil Terminar Quando Gosto.
Quando Sinto...
Quando Sinto à Flôr da Pele Infindáveis Sensações, Cheiros, Momentos, Afectos, e Lugares...
Os Meus e os dos Outros.
Os que Me Preenchem a Alma Com Tudo, que para Eles pode ser Quase Nada.
Sentir...
Sentir à Flôr da Pele, é Viver Plenamente...
É Ser Flôr, Quando se Nasce num Jardim, e se difunde um Aroma Único aos que nos Admiram...
É Ser Melodia, quando se Nasce numa Música que Encanta Quem a Escuta...
É Ser Asa, Quando se Nasce num Pássaro e se o Ajuda a Voar pelo Céu, e a Embelezar o Mundo...
É Ser Pessoa, Quando se Nasce num Homem, e se Sente à Flôr da Pele o Outro...
Aquele Que Nos Dá, Mesmo Quando Não o Sabe...
Aquele a Quem se Dá, Mesmo Sabendo que Jamais o Saberá...
Sentir...
Pode ser Duro...
Porque há Momentos em que Magoa...
Porque é Capaz de Levar a Alma às Lágrimas.
Porque Pode Apertar o Coração...
Porque Pode Quebrar o que Afinal fora uma Mera Ilusão...
Mas Não seria Eu, se Não Fosse Pessoa...
Pessoa Vive em Mim, e Eu Sinto
Por Mais Vidas Que Tenha, e o Mundo me Magoe,
Vou Querer Sempre Sentir!
Por Mais Vidas Que Tenha, e o Mundo Não Perdoe,
Vou Querer Sempre Nascer...
Pessoa.
Yasmin, a Oriente.
E agora, termino com Fernando Pessoa...
“O mundo é de quem não sente. A condição essencial para se ser um homem prático é a ausência de sensibilidade. (...)
(...) Para agir é, pois, preciso que nos não figuremos com facilidade as personalidades alheias, as suas dores e alegrias.
Quem simpatiza pára.
O homem de acção considera o mundo externo como composto exclusivamente de matéria inerte - ou inerte em si mesma, como uma pedra sobre que passa ou que afasta do caminho; ou inerte como um ente humano que, porque não lhe pôde resistir, tanto faz que fosse homem como pedra, pois, como à pedra, ou se afastou ou se passou por cima.”
Fernando Pessoa, in "O Livro do Desassossego".
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