Felizmente que a maioria dos casamentos dos meus amigos já ocorreram. O pessoal nascido na década de 70 já está despachado, mas agora começam aparecer o dos putos nascidos nos anos 80. Sendo cada vez mais escassos, a verdade é que há sempre uma alma que ainda resolve casar.
Haverá evento mais ridículo e tedioso do que o casamento?
Fui convidado para ir a um e não tenho forma de dizer que não.
Se é verdade que momentos houve em que se faziam festas de arromba e as cerimónias eram carregadas de um forte simbolismo, o casamento hoje não passa de um capricho de mau gosto.
Justificavam-se noutras épocas quando os filhos eram prometidos pelos pais, ou quando eram necessários para legitimar uma relação e se poder sair de casa dos pais.
Hoje em dia nada disso acontece. O sexo oral começa a ser feito desde muito cedo dentro do carro, as férias no estrangeiro entre namorados já são recorrentes, para ter filhos já só basta fazê-los e a união de facto é um instituto jurídico que regulamenta a convivência entre duas pessoas.
É um facto que os casamentos também estão em crise e têm vindo a diminuir, mas como se explica que ainda haja quem case?
Só vejo duas respostas possíveis: casa-se por desvario (acto inconsciente) e casa-se para angariar fundos (acto consciente).
Em tempos de crise financeira a realização de um casamento é quase um insulto. É uma provocação aos próprios pais porque pagam a boda e aos convidados porque têm que contribuir para mais um peditório.
Depois de tantos casamentos que assisti não vi nenhum que me tivesse marcado. Foram todos iguais. O mesmo tipo de igreja, a mesma homilia, as mesmas flores, as mesmas quintas, os mesmos fotógrafos, os mesmos menus, o mesmo chuveiro de gambas, a mesma mesa de queijos e sempre o mesmo apita o comboio.
Um convite para um casamento é sempre sinónimo de despesas de última hora. A prenda para os noivos, o fato e os sapatos novos, a roupa dos miúdos, o cabeleireiro da mulher, etc. Tudo isto somado pode ultrapassar os € 350.00
Por isso, acho que o casal de namorados antes de entrarem em devaneios do “eu” devia ser mais altruísta. Antes de enviarem os convites, o casal deveria sondar os coitados dos familiares, os desgraçados dos amigos e os infelizes dos conhecidos para perceber se há ou não entusiasmo na forma como recebem a notícia.
Depois é vê-los num corrupio para organizarem a festa. O desdobrar de esforços dos familiares. A contratação dos serviços, as insónias, o stress, as preocupações.
Depois recebemos o convite. Aquele cartãozinho, geralmente de mau gosto, que nos dá um prazo para confirmar se vamos.
Quando olho para o convite consigo ver nas entrelinhas frases maléficas proferidas pelos noivos: “Começa a preparar a guita para a prenda que estamos a precisar de dinheiro” ou então “ha ha ha foste apanhado! Pensavas que te escapavas? Já recebeste o convite agora tens que contribuir. Quer vás, quer não vás”.
E quando ao fim de um, dois ou quatro anos recebemos a notícia que aquele casamento já era? Dá vontade de quê?
É aqui que o parlamento deveria entrar. Mais importante que avançar com os casamentos entre homossexuais era avançar com uma lei que protegesse os convidados e os pais dos noivos em caso de divórcio. Assim, todos os noivos deveriam ser responsabilizados pelos seus falhanços conjugais até um período de 5 anos.
Os divórcios deveriam ser considerado um luxo, uma extravagância caprichosa do espírito caso ocorressem nos primeiros cinco anos. Por conseguinte, os casados ficariam obrigados a indemnizar todos os presentes de acordo com a tabela dos “transtornos causados”.
Como essa lei não existe, eu, se calhar, aproveitava este post para pedir desculpa a todos por não ter conseguido mas do que uns míseros 4 anos.
Não poderia estar mais arrependido e lamento ter vos feito gastar dinheiro e de vos ter roubado tempo naquele solarengo sábado de Outubro de 1996.
Queria também pedir desculpas públicas aos meus pais que pagaram a boda enquanto eu com o dinheiro das prendas fui laurear a pevide para a lua-de-mel.
A todos as minhas sinceras desculpas.
Haverá evento mais ridículo e tedioso do que o casamento?
Fui convidado para ir a um e não tenho forma de dizer que não.
Se é verdade que momentos houve em que se faziam festas de arromba e as cerimónias eram carregadas de um forte simbolismo, o casamento hoje não passa de um capricho de mau gosto.
Justificavam-se noutras épocas quando os filhos eram prometidos pelos pais, ou quando eram necessários para legitimar uma relação e se poder sair de casa dos pais.
Hoje em dia nada disso acontece. O sexo oral começa a ser feito desde muito cedo dentro do carro, as férias no estrangeiro entre namorados já são recorrentes, para ter filhos já só basta fazê-los e a união de facto é um instituto jurídico que regulamenta a convivência entre duas pessoas.
É um facto que os casamentos também estão em crise e têm vindo a diminuir, mas como se explica que ainda haja quem case?
Só vejo duas respostas possíveis: casa-se por desvario (acto inconsciente) e casa-se para angariar fundos (acto consciente).
Em tempos de crise financeira a realização de um casamento é quase um insulto. É uma provocação aos próprios pais porque pagam a boda e aos convidados porque têm que contribuir para mais um peditório.
Depois de tantos casamentos que assisti não vi nenhum que me tivesse marcado. Foram todos iguais. O mesmo tipo de igreja, a mesma homilia, as mesmas flores, as mesmas quintas, os mesmos fotógrafos, os mesmos menus, o mesmo chuveiro de gambas, a mesma mesa de queijos e sempre o mesmo apita o comboio.
Um convite para um casamento é sempre sinónimo de despesas de última hora. A prenda para os noivos, o fato e os sapatos novos, a roupa dos miúdos, o cabeleireiro da mulher, etc. Tudo isto somado pode ultrapassar os € 350.00
Por isso, acho que o casal de namorados antes de entrarem em devaneios do “eu” devia ser mais altruísta. Antes de enviarem os convites, o casal deveria sondar os coitados dos familiares, os desgraçados dos amigos e os infelizes dos conhecidos para perceber se há ou não entusiasmo na forma como recebem a notícia.
Depois é vê-los num corrupio para organizarem a festa. O desdobrar de esforços dos familiares. A contratação dos serviços, as insónias, o stress, as preocupações.
Depois recebemos o convite. Aquele cartãozinho, geralmente de mau gosto, que nos dá um prazo para confirmar se vamos.
Quando olho para o convite consigo ver nas entrelinhas frases maléficas proferidas pelos noivos: “Começa a preparar a guita para a prenda que estamos a precisar de dinheiro” ou então “ha ha ha foste apanhado! Pensavas que te escapavas? Já recebeste o convite agora tens que contribuir. Quer vás, quer não vás”.
E quando ao fim de um, dois ou quatro anos recebemos a notícia que aquele casamento já era? Dá vontade de quê?
É aqui que o parlamento deveria entrar. Mais importante que avançar com os casamentos entre homossexuais era avançar com uma lei que protegesse os convidados e os pais dos noivos em caso de divórcio. Assim, todos os noivos deveriam ser responsabilizados pelos seus falhanços conjugais até um período de 5 anos.
Os divórcios deveriam ser considerado um luxo, uma extravagância caprichosa do espírito caso ocorressem nos primeiros cinco anos. Por conseguinte, os casados ficariam obrigados a indemnizar todos os presentes de acordo com a tabela dos “transtornos causados”.
Como essa lei não existe, eu, se calhar, aproveitava este post para pedir desculpa a todos por não ter conseguido mas do que uns míseros 4 anos.
Não poderia estar mais arrependido e lamento ter vos feito gastar dinheiro e de vos ter roubado tempo naquele solarengo sábado de Outubro de 1996.
Queria também pedir desculpas públicas aos meus pais que pagaram a boda enquanto eu com o dinheiro das prendas fui laurear a pevide para a lua-de-mel.
A todos as minhas sinceras desculpas.
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