Esta manhã, ao efectuar o percurso matinal junto ao Rio, no Parque das Nações, fui surpreendida por quilos e quilos de copos plásticos que competiam lado-a-lado com outros tantos quilos de garrafas plásticas. Pelo meio, algumas seringas usadas, e ainda umas poucas embalagens de preservativos.
Ao longo da zona de Bares e Restaurantes situados imediatamente a seguir ao Pavilhão Atlântico, bem juntinho ao Rio, eram várias as Caravanas de uma conhecida marca de cerveja que já há alguns dias se encontravam naquele espaço para celebrar o início de mais um ano Académico.
E se à noite, o ambiente é manifestamente feito de estudantes, muita música, e também de muitos excessos, de dia, o ambiente não acordou tão alegre como de costume...
Não sou contra este tipo de eventos, muito pelo contrário. Também gosto de me divertir e é de salutar que o regresso à vida Académica desta cidade se celebre numa das zonas mais apelativas de Lisboa! E quanto aos excessos, enfim, não me cabe a mim julgar, nem tão pouco criticar. Não é esse o objectivo do meu testemunho.
O que quero que fique claro é a minha experiência, que no fundo, foi a de tantos outros cidadãos que àquela hora se habituaram a passear naquele espaço. Jovens mães com carrinhos de bebé, muitos praticantes de jogging, fans de passeios de bicicleta, bem como turistas, e muitos outros a caminho das suas actividades profissionais.
Eram quase 11:30 da manhã... O lixo amontoado era uma visão decepcionante e, acima de tudo decadente! Será que a recolha do lixo que estava a decorrer àquela hora não poderia ter sido iniciada mais cedo?
Sei, por experiência própria que há regras para a montagem e desmontagem das estruturas de eventos, que são para ser cumpridas à risca, para não colocar em causa o bom funcionamento e circulação nos espaços. Por isso, quer montagens como desmontagens, realizam-se de noite, ou de madrugada.
Será que o mesmo não se aplica à limpeza dos locais em questão?
É nestas "pequenas" coisas que se percebe que Portugal está ainda na sua fase de Puberdade.
Passados 33 anos da Revolução de Abril, Portugal está na fase das borbulhas e a querer mudar o tom de voz (e de discurso), tentando impôr-se numa Europa de Países adultos (uns mais que outros, claro).
Por gostar tanto de Portugal - e porque tenho viajado, e tive a feliz oportunidade de viver fora durante dois anos - valorizo ainda mais, tudo o que faz parte deste País admirável, bonito, e culturalmente rico.
Mas também quero ajudar a melhorar o que acho que está mal. Quero ver um País ainda mais bonito, com mais auto-estima, mais adulto, mais autêntico.
Estes aspectos passam, mais uma vez, pela Educação. A educação de cada um, que começa em casa, e a educação e sensibilização nas Escolas para a importância da Cidadania e do Civismo.
Não basta oferecer computadores com ligação à Internet.
Não basta combater os atrasos e burocracias da Administração Pública.
Não basta atrair Investimento estrangeiro.
O choque Tecnológico é importante, sem dúvida, e já se sentem alguns dos seus benefícios.
Pessoalmente, defendo-o com unhas e dentes, pois os 10 anos de experiência profissional que acumulo estão ligados às Novas Tecnologias. Mas isso, por si só, não chega. A médio e longo prazo, não chega!
É também necessário um Choque Cultural/Educativo!
Quem utiliza a Tecnologia sabe que esta de nada serve às Empresas, se não houver quadros especializados e qualificados. É importante investir nas pessoas, criar uma Cultura, uma maneira de estar mais positiva, mais empreendedora, uma cultura cívica! E isso passa por uma forte componente de Educação Cívica, a fim de combater uma sociedade com fraca auto-estima, que exige muito mas que dá muito pouco em troca dos seus Direitos.
Enquanto não se investir numa Reforma séria do sistema Educativo em que se introduzam matérias como Civismo e Cidadania, Portugal permanecerá eternamente Adolescente e isso fará toda a diferença na forma como nos afirmamos numa Europa a 27.
O lixo acumulado de hoje, àquela hora da manhã, não tem desculpa.
Fica-nos mal. E já nem falo da imagem que passamos a quem vem de fora, visitar Lisboa. Falo por nós, cidadãos, que todos os dias vivemos nesta cidade. É neste sentido que nos falta auto-estima. Porque antes dos outros nos admirarem, temos de ser Nós a gostar de quem somos e do que construimos.
Custou-me muito passar por entre o lixo para prosseguir o meu caminho. Mas admito que me custou ainda mais observar a inércia por parte dos serviços de limpeza que, com indiferença, iam limpando calmamente o local decadente e impróprio de um País dito civilizado.
Deixo este apelo, em prol de uma melhoria de situações como esta, que são pouco dignificante para Lisboa e para o País.
Acredito que Portugal é capaz de fazer muito melhor e bem feito! Porque gosto, admiro, e tenho orgulho do País onde nasci, uma nação que tem tantas coisas boas das quais se orgulhar!
STRESS AND THE CITY - Living in a big City can be fantastic but also overwhelming. Since I moved to London, I've been living some of the most challenging moments of my Life. I'm bringing my experience of moving here alone, with nothing but the certainty of how much I wanted to stay and develop myself here. My posts will touch thoughts, personal and professional experiences, failure and success, new and old friends and how much all this is shaping the person I'm becoming.
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Friday, September 28, 2007
Portugal, o Adolescente Imberbe...
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