Today, it's my last day in Hanoi...
Sim, ao fim de 4 semanas - a caminho da 5ª - é tempo de voltar a casa.
Escrevo a alta velocidade nas teclas gastas do portátil que me escreve, lê, corrige, e me conhece há anos. Tinha saudades da escrita, destes momentos de solidão tão importantes para conquistar solidez de alma. Revemos os momentos que, colados uns aos outros, vão fazendo acontecer os nossos dias e pensar... Escrever é estar comigo, de uma forma intensa e em estado meditativo, na qual apenas existe o meu mundo. O resto, só o que faz parte deste "meu" mundo conta.
São 3:30 da manhã. Não tenho sono e o meu voo é daqui a 5 horas. Restam-me mais umas 2 a 3 horas neste quarto que foi meu durante 4 semanas. Um quarto onde dificilmente voltarei, mas que fará sempre parte de mim. Um quarto onde, agora, escrevo sentada na cama.
Resta-me uma mala por fechar. Tende em me contrariar, alertando-me para o excesso de volume face à escassa elasticidade do fecho de correr. A Mochila parece um ovo de Dinossauro. Não sei como me vou equilibrar com aquilo às costas. Porque será que no início da jornada, as malas parecem mais arrumadinhas e menos volumosas do que no regresso a casa? Mesmo sem ter comprado... muita coisa... Hummmm.... pois, não foram assim tão poucas, mas... Mesmo assim! Quase sempre acontece isto. Talvez por sabermos que vamos para casa e que já não interessa tanto se a roupa vai sair toda amarrotada ou não, pois provavelmente, vai toda para a máquina de lavar.
Enfim, são quase 4 da manhã e eu aqui a "lavar roupa". Como é possível que ao fim de 4 semanas em Hanoi eu esteja aqui a "vegetar" acerca das malas e da roupa e de tudo menos do que é importante partilhar?! Desculpem, devem ser mesmo os meus neurónios que fundiram de vez e só sobrou o surfista, mesmo... Estão a vê-lo, de prancha, a correr praia fora e a atirar-se ao mar? Ele quer lá saber. Ele quer é ONDAS sem mais confusões!!!
Sem mais ondas... devo confessar que estas foram 4 das melhores semanas da minha vida. Por tudo, claro. Pelo Viagem, mas acima de tudo pela descoberta e pela auto-descoberta.
Descoberta de uma pessoa brilhante, fantástica, e genuinamente encantadora, pela minha própria viagem interior - que creio que todos fazemos quando nos atiramos para "novos mares e novas ondas" :) - , e por Hanói, claro.
Destruída pela guerra do Vietname, este é um verdadeiro exemplo de persistência, humildade, preserverança, paciência e foco. Reconstruiu-se aos poucos, mas de forma sólida e distinta.
Vejo-a como uma fulgurante borboleta saída da sua crisálida silenciosa e cinzenta, pronta a voar e a encantar os que têm a oportunidade de a vislumbrar... e se deslumbrar.
Com mais de 6,5 milhões de habitantes esta é a capital e a segunda maior cidade do Vietname que comemorou oficialmente os 1000 anos - como cidade - em Outubro deste ano, pelo que se tornou numa das principais rotas "in" a visitar, durante 2010.
A Vida pulsa em Hanói! Manifesta-se na malha gigantesca de bicicletas que, cedo, iniciam a jornada por toda a metrópole. Mas as motos são de facto o meio preferencial de transporte e não se "vive" sem uma! Fazem as delícias de todos os vietnamitas, de qualquer faixa etária.
Há restaurantes de todo o tipo de comida e preço que possam imaginar: Vegi, Vietnamita, Japonês, Chinês, Tailandês, Ocidental, hamburgerias Viets, enfim, uma panóplia para todos os gosto! E claro, a acompanhar qualquer prato, a cerveja! Sempre a jorrar... e muuuito barata! Mesmo... :)
Fiquei espantada com a diversidade de mercados de peixe fresco, mas acima de tudo de como TUDO - literalmente - se vende nas ruas: comida pronta - uns rolinhos de vegetais e a sopa tradicional (Pöh, com vaca ou porco) - que se vende em cada esquina (lá não existe uma ASAE!) :)) Experimentei tudo e aguentei-me! ;)
A noite é incrivelmente animada. O clima é muito quente e húmido. E as noites são longas.
O ponto de encontro da esmagadora maioria dos jovens, e não só, é junto ao lago Hoan Kiem - o maior de todos os lagos da cidade, no Old Quarter - e que ao seu largo aglomera restaurantes de todo o género, discos, clubs, bares com e sem música ao vivo, tudo o que possam imaginar e até o inimaginável em Hanói: um bar onde só se escutam os melhores músicos de Jazz Vietnamitas ao vivo, que tocam os maiores sucessos da Blue Note label.
Não esperava que a cidade fosse tão... cosmopolita e trendy! De facto, há locais fantásticos: bares, restaurantes, lojas, e uma brutal proliferação de Galerias de Arte! Aliás, Hanói converteu-se à Cultura, por excelência, e é actualmente uma das cidades do mundo onde começam a surgir os novos grandes nomes das Artes Plásticas, bem como as obras de arte mais desejadas. Não queiram saber de que valores estamos a falar.... :)
Há também espaços que constituem um misto de galeria de arte e bar, frequentados por intelectuais locais e estrangeiros, jornalistas, poetas, escritores e artistas plásticos.
Conheci este tipo de locais pela "mão" da Tia! Ela foi uma constante surpresa e uma descoberta absolutamente incrível, que me vai marcar para a vida. :)
Mas dela, vou falar-vos no meu próximo post. Está na hora de levantar e preparar para a longa maratona de vôos que tenho pela frente!
Até já! ;)
Take Care.
Love,
Birdie
(que saudades de vos escrever!...)
5 comments:
Boa viagem Birdie :)
Beijinhos
Dulce
Merci, cherie! ;)
Estou a chegar ao aeroporto! A Tecnologia mobile é fantástica!!
:))
Beijo grande e saudades até "aí"! ;)
Birdie
Bem vinda. Tinhamos saudades de ti :). Obrigado pelo relato da viagem. Foi como se eu lá estivesse também :).
Carlos E.
Oh, obrigada, Carlos! :)
E o meu Jasmim, está bem?... :) o meu Bonsas deve estar cheio de saudades minhas! Tá quase!
Aterrei em Heathrow... Ahora, um par de horas para chegar a casa. :)
Vou escrever-vos daqui! ;)
Beijo grande e ainda bem que te sentiste "lá". :))
Estás muito rosa, nessa Foto! O País está assim tão rosa, como o deixei?... :p :)))
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